053 – Chegada ao Hotel e Tarde Livre

Hoje fiz 70 km de bicicleta. Cheguei cerca das 4 da tarde à povoação de Tai Cheng, onde a guia procurou um hotel para ficarmos.

No primeiro hotel onde a guia tentou marcar três quartos, aparentemente não haviam vagas, ou por qualquer motivo ela não o aceitou. Andámos 50 metros (eles no carro, eu na bicicleta atrás, a segui-los) e ficámos neste. Lá estão os preservativos em cima da cómoda, mas desta vez um está aberto e a embalagem vazia. Ora bem, já nem se dignam a trocar as embalagens vazias.

E agora? São 4 da tarde, garantidamente não vou ficar fechada no quarto do hotel. A povoação só tem uma rua principal, a qual rapidamente percorri na bicicleta. Há muitas lojas, muita gente na rua. Observam-me a andar para cá e para lá, na bicicleta.
Vou tentar subir uma montanha, a pé. Tantas montanhas à minha volta, quero subir uma.

Levei algum tempo a descobrir esta entrada. Andei para trás e para a frente, na bicicleta, saí da vila, voltei a entrar, um rapaz ainda tentou ajudar-me – eu apontei para a montanha e para um caminho de terra que estava a ver, onde cabia um carro, mas encontrar a entrada desse caminho tornou-se numa missão impossível. Ele apontou para fora da vila, e eu segui a estrada, mas já estava a afastar-me muito, pelo que voltei. Não encontrei caminho nenhum, a sair da estrada principal.  Voltei para a povoação e meti-me por caminhos de terra por detrás das casas, até finalmente dar com esta vereda. Não faço ideia onde vai dar, mas é isso que vou descobrir. A bicicleta fica aqui. Levo a água comigo na bolsa da cintura. A t-shirt amarfanhada dentro da bolsa tem de ficar na bicicleta, senão não cabe a água (eu estou de manga à cava). Aparentemente ninguém rouba bicicletas no campo, espero que também não me levem a t-shirt, pois trouxe-a das Seychelles e gosto muito dela, tem uma cor turquesa belíssima, com corais e peixes coloridos. Adeus bicicleta e t-shirt, já cá volto.

Foi um sarilho chegar aqui acima, e ainda nem sequer estou a meio da montanha. Andei no meio de vegetação muito densa, num grande emaranhado. Faz-me falta uma catana. Não, não consigo ir ao topo da montanha, preciso de alguém conhecedor dos caminhos para me levar. Voltei para baixo. Mas não quero ir-me embora de Yunnan sem subir uma montanha a pé. De bicicleta e de carro vou subir muitas, mas eu quero fazer trekking no meio da vegetação. Fica para os próximos capítulos. Não me resigno.

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