12 – Igreja de Santo Ildefonso, Igreja de São Francisco, Igreja dos Terceiros de São Francisco, Museu das Catacumbas, Capela das Almas, Igreja dos Carmelitas, Igreja do Carmo

Igrejas. Bom, igrejas – cada qual mais bonita e rica do que a anterior – é coisa que não falta no Porto. Cada rua tem uma. Um grande monumento, entenda-se. A senhora que me fez a visita guiada na Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio (era uma maravilha ter um(a) guia só para mim, na maior parte das visitas, e esta senhora lá foi acendendo as luzes todas à medida em que passávamos de sala em sala) contou-me que o seu pai era dourador. Ou seja, dourava as igrejas por dentro. E que nunca lhe faltou trabalho no Norte. Ao passo que no Alentejo, por exemplo, foi apenas uma vez. Pois claro. Disse-me ela que provavelmente as pessoas no sul eram mais instruídas. Que no norte estavam muito apegadas à religião, à fé, à crença. Não sei. Um fenómeno a estudar.

O grande destaque nesta matéria fica para a Igreja de São Francisco (de ficar de boca aberta, depois de entrar) e eu destaco ainda a lindíssima Igreja de Santo Ildefonso, na Praça da Batalha, no topo da Rua de Santa Catarina. Todos os dias lá passei, a caminho do hotel, ou à saída. Todos os dias a fixei e fotografei a diferentes horas, com diferente luminosidade. A malandra sempre fechada. No último dia – na última hora – a tal hora em que eu procurei o edifício do século XVIII, avisto a porta aberta. Só me faltou correr. Eram quase 19 horas, não vai fechar como as lojas, não?… Acelerei o passo, cruzei e ultrapassei uma porção de gente, quero entrar, quero entrar, daqui a uma hora parto para Lisboa!

Igreja de Santo Ildefonso, na Praça da Batalha, edificada entre 1709 e 1739. É dedicada a Santo Ildefonso de Toledo.

A construção da Igreja de São Francisco iniciou-se no século XIV como parte dum convento Franciscano. Esta Igreja foi classificada como monumento nacional em 1910 e património mundial pela Unesco em 1996.

De acordo com o website oficial da Igreja de São Francisco:
A Igreja foi sendo sucessivamente enriquecida, a ponto de ser hoje considerada um dos mais ricos e belos repositórios de talha dourada de Portugal. O que mais surpreende é a riqueza barroca dos revestimentos a talha, trabalhados desde o século XVII a meados do século XVIII, a demonstrar o trabalho excecional dos entalhadores portuenses.
Uma das particularidades desta Igreja vem precisamente do singular contraste da ornamentação luxuriante das talhas com a austeridade da estrutura gótica.
Note-se que a Igreja de São Francisco foi inicialmente construída em estilo românico. No entanto, em 1833, no final do Cerco do Porto, um tiroteio miguelista causou um incêndio que destruiu o antigo claustro, uma parte da Igreja e o portal. Hoje em dia, o único elemento da fachada primitiva que ainda existe é a rosácea (símbolo da Rosa Fortunae).¹

Anexa à entrada frontal da Igreja de São Francisco, situa-se a Igreja dos Terceiros de São Francisco, que começou a ser construída no final do Século XVIII e representa o início de uma nova arquitetura classicista religiosa no Porto.

O percurso museológico continua na Casa do Despacho, concluída em 1749, da autoria do arquiteto Nicolau Nasoni, onde se inclui a Sala do Tesouro, a Sala das Sessões e o respetivo Cemitério Catacumbal.

O cemitério catacumbal, de arquitetura singular, representa a fase final de todo um processo de criação de espaço de sepultura dos Irmãos. Entre 1749 e 1866, todos os benfeitores da Ordem foram sepultados neste espaço.

A parte mais antiga do cemitério catacumbal possui um altar barroco e ornamentação em talha dourada, sendo o restante espaço marcado pelos jazigos laterais e pelo contraste entre o branco das paredes e o negro dos jazigos.

Nas catacumbas pode também ser visto o ossário, onde estão expostos milhares de ossos de Irmãos e benfeitores outrora sepultados nos jazigos.

A Capela das Almas, também conhecida por Capela de Santa Catarina, dado que erguida em louvor de Santa Catarina de Alexandria em finais do século XVIII.

À esquerda está a Igreja dos Carmelitas, à direita está a Igreja do Carmo.

Novamente a Igreja de Santo Ildefonso, no último dia da minha viagem.

O interior da Igreja de Santo Ildefonso.


¹ “Conjunto das Igrejas e Museu de São Francisco” (s.d.). Ordem São Francisco do Porto. Página consultada a 28 Fevereiro 2019,
<http://ordemsaofrancisco.pt/igrejamuseu/>

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