42 – Concerto em Brooklyn, no Prospect Park

Hoje é quarta-feira, o penúltimo dia em Nova Iorque. E chegámos à noite do concerto pela Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, dirigida por Alan Gilbert, no Prospect Park, em Brooklyn, às 20h30, com entrada livre.

A Yoplait faz iogurtes ao contrário para os norte-americanos. Se repararem a tampa está em cima.

Fomos de metro sem jantar sequer, não houve tempo, ainda tomámos banho e mudámos de roupa, e logo comeríamos na outra margem (desta vez atravessámos a ponte de Manhattan. Brooklyn fica separado de Manhattan pelo rio East, é como ir de Lisboa a Almada…) e chegados ao Prospect Park foi um sarilho encontrar o local do concerto. Pensámos que o parque fosse razoavelmente pequeno, e que conseguíamos avistar o palco, ou ouvir a música, mas qual quê, alguma coisa é pequena em Nova Iorque… Curiosamente este parque foi desenhado pelos mesmos designers e arquitetos do Central Park. O Prospect Park é mais pequeno, tem 2.37 km², e foi inaugurado em 1867.

Depois de questionarmos um grupo que ia também para o concerto, seguimos no sentido errado sem saber. Depois de questionarmos um dos imensos atletas e ciclistas que aqui andam ao final da tarde a praticar desporto, constatámos então que íamos na direção errada. E depois de questionarmos uma polícia, dentro da sua viatura, percebemos que estávamos no lado oposto do parque. Uns corriam, outros andavam de bicicleta, e nós fazíamos caminhadas – temos de ver o lado positivo da coisa. Estamos há nove dias em Nova Iorque, a andar de manhã à noite, porém ainda nos fazia falta esta caminhada neste verdejante parque.
Quando chegámos, sem jantar e completamente estafados, apenas com uma garrafa de água e umas bolachas na mochila, o concerto estava quase no intervalo.

Mas acabou por ser uma noite muito agradável e valeu a pena ir ao Prospect Park assistir a este concerto, ou a pouco mais de metade dele, com fogo de artifício no final. Estivemos no meio da população local, famílias que saíram do trabalho e foram relaxar um pouco ao princípio da noite. Era uma multidão enorme, 4.000 pessoas, crianças e adultos, vi posteriormente nas notícias; num ambiente perfeitamente tranquilo, uns sentados, outros deitados na relva. Quando chegou o fogo de artifício levantámo-nos, e quando chegou o final todos se foram espalhando pelas várias saídas do parque, sem pressas.
É este o ambiente pacato dos nova-iorquinos, sem o bulício das lojas e do trânsito; famílias com bebés e crianças, namorados que se abraçam, amigos que se riem, quatro mil pessoas que vieram descontrair um pouco nesta noite, ao som de Respighi e Tchaikovsky.

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