37 – MoMA – Museum of Modern Art

Já estamos cansados para ir a pé até ao museu seguinte. Vimos este autocarro, ia na direção que queríamos, e metemo-nos nele. Não interessa para onde vai, só sabemos que vai na direção que queremos. Por algumas vezes apanhámos autocarros assim, nestas circunstâncias. Eles normalmente andam em linha reta, vamos indo, até porque o passe tanto dá para o metro, como para os autocarros.

Vi este matulão dirigir-se ao meu namorado. Ai que não podemos tirar fotos e ele vai aborrecer-se consigo. É um bocado grande, mete respeito este segurança, é melhor não abusarmos da nossa sorte. Mas para surpresa nossa, ele queria cumprimentá-lo. Vá-se lá saber. Deve passar o dia todo em pé, aborrecido, a ver passar as pessoas, e achou interessante meter-se com ele e cumprimentá-lo.  O que é certo é que não tirámos mais fotos nesta secção. A sua técnica diplomática resultou.

Esta é uma obra da artista afro-americana Senga Nengudi, a qual começou a trabalhar com collants logo após o nascimento do seu filho, em 1974. Para ela, os collants refletem a elasticidade do corpo humano. E efetivamente inspira.

Regulamento do Departamento de Edifícios de Nova Iorque, o qual indica que a ocupação por mais de 563 pessoas é perigosa e ilícita.
Acho que passei mais tempo a olhar para este anúncio do que para algumas das obras de arte expostas. Só acontecem coisas esquisitas neste museu. Houve uma altura em que desconfiei se não seria mesmo uma das obras de arte contemporânea expostas, estes artistas hoje em dia dá-lhes para tudo. Mas não. O anúncio repetia-se nas várias divisões do museu. Será que apenas eu o considero bizarro? 563 pessoas? Porque não 562? Mas se formos 563 pessoas ainda não é perigoso. Se vier mais uma, é que está tudo tramado. Quando chegar às 564 pessoas, alto e pára o baile! Você é um turista ilícito e perigoso, tem de aguardar.

E este segurança veio mesmo chamar-nos a atenção – “Não podem tirar fotos”, disse-nos com maus modos. Mas esta já cá canta. Digo sempre isto, e continuarei a dizer: o que recearão eles? Que eu vá para casa copiar esta obra de arte? Tirar os lençóis da cama, amarrá-los e expô-los em minha casa?

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