01 – Não sou a Branca de Neve
Sou um dos Sete Anões.
É o que me ocorre dizer ao pensar nesta cidade gigante – Nova Iorque. Tudo é grande: os edifícios são grandes, as ruas são grandes, as avenidas ainda maiores, o metro é enorme. Somos anões numa cidade gigante.
Aterrar em Nova Iorque, entrar no comboio e sair na Penn Station, uma das estações principais em pleno centro de Nova Iorque, subir as escadas do metro e olhar para cima, ainda com as bagagens na mão. Pouco céu se vê, no meio de tantos edifícios. Estamos noutro mundo. Ainda há pouco saímos da pequenina e pitoresca Lisboa, e estamos agora noutro mundo. Em pleno bulício das seis da tarde. Carros apitam, passam pessoas apressadas, três mil táxis tornam as estradas amarelas, e nós tão pequeninos no meio disto.
New York, New York, vamos desbravar-te nestes dez dias.
Queria deixar a nota de que quando parti para Nova Iorque – e inclusivamente enquanto andei por lá – estive decidida a não escrever crónicas, tal como aconteceu nas viagens imediatamente anteriores, a Londres e depois a Tenerife. Aliás, nem fotos tencionava tirar, também à semelhança do que aconteceu em Londres (vinte fotos tiradas em nove dias, em Londres, foi um absoluto recorde).
A prova disso é que no primeiro dia em Nova Iorque a máquina fotográfica ficou no hotel. Onde está a vossa câmera?, perguntou-nos o guia que ia no Hop-on Hop-off, o autocarro de dois andares com o último piso descoberto. Deixámo-la no hotel!, respondemos-lhe. Ele fez um ar pesaroso, e nós rapidamente lhe explicámos que tinha sido de propósito, não esquecimento.
Mas depressa me apercebi que Nova Iorque merecia mais algumas fotos. E após o regresso, após alguns pedidos, decidi então escrever meia dúzia de crónicas. Isto ainda em 2012, o ano da viagem.
Agora em 2020, data em que publico estas crónicas no meu website, deixo outra nota de que elas continuam iguais, não sofreram alterações nos textos, mas publico agora mais fotografias. Na altura estas crónicas tinham um formato adaptado ao envio por email, dado que eu não tinha ainda um website onde publicá-las. Cada crónica tinha poucas fotos, às vezes quatro ou cinco apenas, dado que por email não convém ter muitos anexos a pesar. Agora com um website tenho maior liberdade e publico algumas fotos inéditas, portanto.
Espero que se divirtam; os que já foram a Nova Iorque podem recordar, os que não foram espero que um dia lá vão e que se inspirem sobre o que fazer e visitar nesta magnífica e encantadora cidade.