043 – Corvo – Chegada

O barco virá buscar estas pessoas às 16h. Vêm passar meio dia aqui no Corvo. Vão lá acima ao Caldeirão, em carrinhas, depois almoçam, passeiam um pouco e vão embora. Não será uma visita muito insípida, assim tão rápida?

Por causa do vírus Covid-19 o meu alojamento suspendeu o transfer de e para o porto, e deu o contacto de uma agência de turismo que agora faz esse serviço. Como tem muita gente para buscar – disse-me ontem o taxista ao telefone, quando eu lhe liguei para combinar – o taxista estava preocupado com o espaço para a bicicleta. Eu perguntei quanto tempo é do porto até ao alojamento. Não chega a 200 metros, respondeu. Então eu vou a pedalar, disse-lhe eu. E ele leva as bagagens. No entanto o motorista quis meter a bicicleta no carro. Eu deixei. Não faço ideia onde é o alojamento, apesar de ser perto. E fui sentada na carrinha durante 200 metros. Paguei 2€.

A Vera, dona do alojamento onde eu vou ficar.

Eu tirei esta foto de máscara, como é hábito, porque vim no barco e no táxi com ela posta. Se a retirasse para a foto, até parecia que nunca tinha existido. Mas existiu. E além do mais está encharcada de água do mar, com a onda que levámos no barco. Custa a respirar, com a máscara molhada. Mas eu trouxe várias máscaras na bagagem, todas por estrear.
São 9h36.

Ali escondida está uma ventoinha de pé alto, a qual nunca irei usar. A janela ficará sempre aberta, como está agora, só a fecharei à noite para dormir. Não está presa, é só subir o vidro com as mãos. Eu estou no rés-do-chão, vejo as pessoas a passarem ali.

Comprei um pão (0,80€) e um bolo (1€); este trato de comê-lo já.

A Vera tem esta comida ao dispor dos hóspedes, 24h por dia. Também tem fruta e leite no frigorífico.
O sino da igreja bate as 10h, entretanto.

Eu estou equipada e saio. São 10h38. Para já tenho que abastecer-me de comida. Neste alojamento tenho o pequeno-almoço incluído, no entanto eu gosto sempre de lanchar.

Bom, esta é a ilha dos gatos.

Aqui é o banco. Esta senhora vem a sair do banco. Eu ando em busca dum multibanco, só existem dois na ilha, e um está permanentemente avariado. E agora este está temporariamente avariado. Felizmente tenho dinheiro comigo para desenrascar-me.
Prendi a bicicleta com o cadeado enquanto fui lá dentro, até me senti ridícula, mas é para impedir alguma voltinha. Ainda não conheço a ilha, não sei o que se passa por aqui. (É só a ilha mais segura de todas, mas pronto).

Comprei iogurtes. Não têm bananas. Vou em busca de bananas noutra mercearia.

Também não têm bananas. Comprei duas maçãs.

À porta da mercearia encontro o Carlos Toste. Diz que é um grande amigo do Filipe, nesta foto.

Ainda não paguei a viagem no barco!, lembrei-me. E agora não tenho dinheiro comigo, o multibanco está avariado. São 25€. Pelo que sei a viagem é um pouco mais cara, anda pelos 35€, mas inclui ida e volta, bem como visita das grutas. Dado que só fiz a viagem da vinda, é mais barato. Todavia eu tenho dinheiro no alojamento, vou buscar, disse eu ao Carlos. Não é preciso, não faz mal – disse-me o Carlos – pagas-me mais logo, estou aqui até logo à tarde.
Bom, só sei que nunca mais vi o Carlos. Uns dias depois enviei-lhe uma mensagem de Whatsapp avisando que fiz a transferência por Mbway. O Carlos não tem Mbway, pelo que não fiz transferência nenhuma. Pedi-lhe o NIB. Amanhã de manhã estarei no porto, logo tratamos, respondeu-me.
E assim não paguei a viagem, porque nunca mais vi o Carlos.

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